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Do Estudo à Intervenção: Avançando na Inovação Social Farmacêutica

Atualizado: 30 de jan. de 2023

Como um consórcio, nosso projeto concentra-se na identificação de novas abordagens de inovação social que estão surgindo no âmbito da P&D farmacêutica para doenças raras e outras necessidades médicas não-atendidas, e no modo com que estas abordagens contribuem para a provisão de cuidados médicos em termos de disponibilidade, acessibilidade, qualidade, equidade e sustentabilidade.


Isto é o que temos feito nos últimos dois anos: estudar iniciativas emergentes _ que denominamos Inovação Social Farmacêutica (SPIN)_ no Brasil, Canadá, França e Holanda que estão buscando resolver alguns dos desafios bem conhecidos no campo das doenças raras no que se refere a pesquisas, regulação, cobertura e dinâmicas de entrega. Acreditamos que existe espaço para estas iniciativas no âmbito da inovação farmacêutica, e que tais iniciativas têm o potencial de responder a alguns destes desafios. Consequentemente, como grupo interdisciplinar de pesquisadores em ciências sociais, direito e saúde pública, estamos estudando estas iniciativas e tentando compreender o que as faz funcionar, que tipos de barreiras enfrentam e como podem ser replicadas ou apoiadas.


Contudo, desde o início deste projeto nosso consórcio desejava não só estudar as iniciativas de Inovação Social Farmacêutica (SPIN), mas também apoiá-las.


Após dois anos de pesquisa, estudando e compreendendo como as SPINs estão funcionando de uma perspectiva de sistemas integrais, agora estamos entrando em uma fase na qual podemos realmente intervir em algumas dessas iniciativas para promover projetos SPIN específicos e Inovação Social Farmacêutica em geral.


Dois exemplos disso vêm do contexto canadense. O primeiro exemplo vem do trabalho que estamos realizando em um produto CAR-T fabricado no Canadá para tratar uma forma rara de câncer. Temos estudado esta iniciativa que está - pela primeira vez no Canadá - criando esta terapia celular específica inteiramente dentro do Canadá e inteiramente no contexto do sistema de pesquisa com financiamento público ( https://biocanrx.com/research/made-canada-car-t-therapy-timeline ). Este é um trabalho incrível apoiado pela rede de imunoterapia do Canadá (BioCanRx https://biocanrx.com/) e especificamente pela equipe liderada pela Dra. Natasha Kekre (https://biocanrx.com/ct8-kekre). Eles estão em ensaios clínicos de fase III e tratando pacientes! Alguns dos quais poderiam não estar recebendo tratamento! Eles estão desenvolvendo um produto que pode ser lançado no mercado, inteiramente dentro do sistema público. Embora este seja um caso que relataremos em um formato acadêmico mais formal para descrevê-lo e explicá-lo adequadamente, este é um desenvolvimento significativo e o estudamos como tal.


Recentemente, porém, passamos do estudo dessa iniciativa para a intervenção na mesma. De 19 a 21 de novembro de 2022, o Summit for Immunotherapy será realizado em Montreal (https://cancersummit.ca/program/agenda ) e no dia 21 haverá uma sessão dedicada a explorar “O que falta para a imunoterapia contra o câncer no Canadá?”.


Esta é uma sessão que estou co-presidindo com um especialista em medicina translacional, Douglas Mahoney (https://charbonneau.ucalgary.ca/our-members/our-members/dr-mahoney-douglas) da Universidade de Calgary, na qual traremos uma série de especialistas de todo o ciclo de vida do desenvolvimento medicinal para explorar o que realmente seria necessário para lançar uma imunoterapia no mercado. Além das capacidades científicas e tecnológicas (que a equipe Kekre está demonstrando estar em vigor), quais são os requisitos probatórios, regulatórios, de Avaliação de Tecnologia em Saúde (ATS), patrocínio, financiamento e cobertura necessários para levar esses tipos de tratamentos aos pacientes por meio de desta via alternativa.


A comunidade de imunoterapia está agora em uma posição onde a ciência é possível, e agora como um consórcio nosso projeto SPIN agora é capaz de intervir no processo e ajudá-los a fazer perguntas sociais, políticas e econômicas críticas (e possivelmente desenvolver algumas estratégias ou rotas ) para mover esses tratamentos para fora dos ensaios e para a prática clínica regular.


Portanto, esta é uma maneira pela qual estamos intervindo.


E há outras, sobre as quais postarei aqui com mais detalhes, quando as informações estiverem publicamente disponíveis.


O ponto é, SPIN é possível. Está acontecendo. Além disso, é fundamental entendermos as dinâmicas regulatórias, econômicas, institucionais e sociopolíticas por meio das quais elas estão ocorrendo – porque elas são importantes. A comunidade científica reconhece isso e sentimos que é uma área onde podemos contribuir para a inovação social farmacêutica.

 

Crédito da foto: Ameen Fahmy (2019). Selective Focus Photography of a Lightbulb [Imagem]. https://unsplash.com/photos/_gEKtyIbRSM

 

Escrito por: Dr. Conor Douglas

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